quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

A OUTRA FACE DA MOEDA

Resumo: Este artigo faz uma análise da peça teatral A farsa da

UMA ANÁLISE DA PEÇA TEATRAL A FARSA DA ESPOSA PERFEITA (1959)


Resumo:
Este artigo faz uma análise da obra teatral A farsa da esposa perfeita, avaliando a representação da mulher gaúcha (prenda) descrita no texto e a imagem construída pelo tradicionalismo sul-rio-grandense. Pretende ainda inserir no estudo aspectos da cultura local de Bagé. A obra foi escrita pela gaúcha Edy Lima e encenada em 1959 no Teatro de Arena em São Paulo.

Palavras chaves: História cultural, Rio Grande do Sul, Edy Lima, prenda, mulher gaúcha, tradicionalismo, teatro.


O texto teatral, embora de criação individual, deve conter elementos do imaginário coletivo para ser aceito pela platéia. Jacques Le Goff2.

A afirmação de Jacques Le Goff define a intenção desta pesquisa, isto porque o tema com que se pretende trabalhar utiliza a peça teatral de Edy Lima, intitulada A Farsa da esposa perfeita, para se fazer uma análise da representação popular da mulher gaúcha (prenda).

Edy Maria Dutra da Costa Lima nasceu em Bagé, em 1923, onde viveu até os seus 18 anos. Depois mudou-se para São Paulo por influência do amigo Monteiro Lobato. A autora recebia cartas e manuscritos, que guarda até hoje, de seu outro amigo Mário Quintana.

Deparamos-nos com uma autora que fez parte de um sistema educacional que perpetuava a noção de uma mulher voltada para o mundo privado e doméstico, além de situar-se numa sociedade onde reinava o patriarcado (proveniente da visão positivista). Contudo, esta escritora teve contato, em sua mocidade, com escritores ilustres da literatura, além da oportunidade de trabalhar na Revista do Globo, em Porto Alegre, antes de mudar-se para o Rio de Janeiro.

Edy Lima escreveu livros como A Quadratura do Círculo e A Vaca Voadora. O primeiro livro conta sobre os primeiros 18 anos de vida da autora, mesclando acontecimentos mundiais como a Guerra na Espanha e II a Guerra Mundial, enquanto o outro, além de uma história bem humorada, traz a questão da diversidade cultural.

As peças teatrais, em sua maioria, são representações sociais3, porém não se deve cair na armadilha de acreditar que um texto literário é puramente um reflexo ou um depoimento inerte sobre a prática social habitual, e deixar de tomar conhecimento da visão de quem o escreveu. Por este motivo um dos critérios de escolha desta peça foi o fato de ter sido escrita por uma gaúcha, que mais tarde foi reforçado pela questão da autora ter nascido na cidade que é pano de fundo da obra.

A peça A farsa da esposa perfeita se passa em Bagé, no Rio Grande do Sul, e crítica a mentalidade construída da prenda com todos os adjetivos de uma “esposa perfeita”. Segundo Claudia Dutra a prenda representa a figura construída de uma identidade da mulher gaúcha.4

Com personagens populares a autora monta uma teia de intrigas entre três homens e duas mulheres, que em busca de seus interesses acabam enganando e disfarçando a realidade. Em meio às traições surge a critica do que seria a esposa perfeita, no qual a autora levanta uma polêmica quando escolhe como personagens homens e mulheres gaúchas, já que tais figuras foram idealizadas pelo tradicionalismo sul-rio-grandense.

Diante desta questão abordada na peça A farsa da esposa perfeita, surgiu o seguinte questionamento; ao tratar desta questão da traição, por parte da prenda, a autora inseriu em sua obra aspectos da realidade?

Para tanto, faz-se necessário conhecer, além da história da autora, o contexto de criação da obra. O autor é o criador das personagens e do espaço cênico, produz o texto com criatividade, mas é influenciado por sua bagagem cultural e percepção de mundo. Gisele Becker aponta as palavras de Mikhail Bakhtin que complementam esta afirmação:

O autor não pode ser dissociado de suas imagens e suas personagens, uma vez que entra na composição dessas imagens das quais ele é parte integrante, inalienável. (...). Por fim, todas as personagens e seus discursos não são mais que objetos que demonstram a atitude do autor (e do discurso do autor).5


Os anos de 1958-1959 (anos em que a peça de Edy Lima, que esta sendo utilizada como objeto de pesquisa, foi, respectivamente, escrita e encenada) foram os últimos da presidência de Juscelino Kubitschek, bem como os anos finais da construção da nova capital brasileira, Brasília.

Juscelino Kubitschek (JK) foi presidente de 1955 a 1961, e depois de um longo período de políticas autoritárias, JK aboliu medidas de exceção do governo anterior, sem se valer da censura. O Brasil neste período respirava ares com as idéias de modernidade.

Enquanto isto, no Rio Grande do Sul (estado onde se desenrola a peça “A farsa da esposa perfeita”), o PSD representado pelo governo de Ildo Meneghetti (1955-1959) enxergava a questão da industrialização como um objetivo a ser alcançado, embora defendesse que a indústria a ser amparada e incentivada deveria ser aquela que beneficiasse os produtos provenientes da agropecuária.

Porém, em meio a tantas idéias modernas, onde se encontrava a tradição? Esta era uma das preocupações destes tempos. Os conservadores acreditavam que tantas novidades iriam acabar com o folclore.

Para não deixar que a modernidade sufocasse as diversas culturas de nosso país, foram geradas associações para manter a tradição e o folclore6. Ressalta-se que o folclore designa o saber do povo e se caracteriza por ser local, espontâneo, anônimo e coletivo. Ao contrário do movimento tradicionalista que teve os seus criadores e é normativo, ou seja, não é espontâneo e é acolhido por um determinado grupo.

Edy Lima faz a sua construção intelectual inserindo em sua obra elementos folclóricos e do imaginário sul-rio-grandense. Na narrativa da peça “A farsa da esposa perfeita”, esta noção pode ser exemplificada com peculiaridades como o ato de beber chimarrão7, a crença em benzedeiras, a cachaça de Santo Antônio da Patrulha8, o machismo masculino dentre outros. Sendo assim, a peça de Edy Lima se encaixa nas atividades que visavam à proteção folclórica da época.

Para responder ao questionamento da pesquisa, recorri às bibliografias relacionadas com assuntos como teatro, cultura sul-rio-grandense, movimento tradicionalista, a mulher ao longo da história, dentre outros. E antes de qualquer coisa foi necessário compreender a origem do termo da prenda e gaúcho.

Com o surgimento da segunda fase do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), em meados de 1947, no qual nasceu após a criação do Departamento de Tradições Gaúchas no Colégio Júlio de Castilhos em Porto Alegre, e a partir disto em 1948 a criação do primeiro Centro de Tradições Gaúchas (CTG) denominado 35º CTG, definiu-se o local que teria como objetivo cultivar a memória do que foi chamada tradição9 gaúcha.

Vale ressaltar a definição de Luiz Carlos Lessa, a respeito do significado de tradicionalismo onde afirma:


Tradicionalismo é o movimento popular que visa auxiliar o Estado na consecução do bem coletivo, através de ações que o povo pratica (mesmo que não se aperceba de tal finalidade) com o fim de reforçar o núcleo de sua cultura: graças ao que a sociedade adquire maior tranqüilidade na vida em comum. 10


Esta criação promoveu a construção de alguns signos e símbolos que foram marcados na memória como sendo parte da cultura sul-rio-grandense, no qual a figura da prenda passou por este processo de construção. O antropólogo Clifford Geertz define cultura da seguinte maneira:


(...) é um padrão, historicamente transmitido, de significados incorporados em símbolos, um sistema de concepções herdados, expressos em formas simbólicas, por meio das quais os homens se comunicam, perpetuam e desenvolvem seu conhecimento e suas atitudes acerca da vida.11


Através da transmissão da cultura surge uma memória coletiva. Esta é um forte fator de organização e solidificação do Movimento Tradicionalista Gaúcho. Ressalto as palavras de Pierre Nora que define memória coletiva como sendo o que fica do passado no vivido dos grupos, ou o que os grupos fazem do passado. 12

Foi necessário pensar numa denominação para as mulheres que estavam ingressando no CTG, porém esta tarefa foi complicada, já que o passado não dispunha dos subsídios necessários à criação da figura ideal da mulher gaúcha, como afirma Claudia Dutra. A denominação das mulheres dos gaúchos no passado era o termo “china”, este era aplicado tanto para mulheres brancas, negras quanto para índias.

As chinas ou vivadeiras eram mulheres que acompanhavam os gaúchos nas guerras (mulheres guerreiras). Hilda A. Hübner Flores cita Anita Garibaldi como a “guerreira’ mais famosa, que saiu do anonimato porque tornou-se uma heroína, ainda em relação às chinas afirma:



Eram as mulheres que em períodos de guerra acompanhavam as tropas em seus deslocamentos e permaneciam nos campos de combate cuidando do soldado enquanto a mulher legítima aos olhos de deus e da sociedade patriarcal, esposa ou mãe, permanecia em casa (...) essas mulheres atendiam a toda a sorte de necessidades dos milicianos: cozinhavam, lavavam, cuidavam da farda, remendavam, pregavam o galão que a luta arrancou, improvisavam recursos em suas barracas ou carretas, onde à noite abrigavam o corpo esfomeado do soldado. 13

A palavra china conservou o sentido de prostituta, considerado inadequado para designar a mulher gaúcha. O termo escolhido foi prenda14 que designaria uma mulher valorosa.

A figura da prenda é o símbolo de uma mulher exemplar, quando adolescente vemos, desde os gestos delicados que compõem a dança até o traje e seus elementos, a representação de uma prenda romântica, ingênua e sonhadora, e quando adulta a mulher passa a ter outras responsabilidades, no qual deve ser o modelo da mãe atenciosa e esposa dedicada, sempre submissa e dependente. Acrescento ainda mais ao significado da prenda nesta pesquisa citando as palavras de Dutra:


A imagem da prenda é envolvida também pela criação de uma figura feminina exemplar, humilde, simples e dedicada ao mundo doméstico (rancho), de um modelo de mulher decente e recatada, sem sexualidade. (...) Esse imaginário, de um modo de ser feminino, maternal, recatado, fraternal, paciente e forjado no sacrifício, é difundido e traduzido pela figura da prenda (...). 15

Olalia (personagem central da peça A farsa da esposa perfeita) é uma mulher casada, que lava roupas para auxiliar nas despesas domésticas, e em certo momento quando percebe que seu esposo irá ter um grande prejuízo por conta de uma aposta, se deixa influenciar, pelo segundo personagem feminino da peça (Sra. Noca, esta personagem representa uma curandeira16), e acaba traindo o seu marido com outros dois personagens (Seu Jesuíno e Zeca, este personagem era ex-namorado de Olalia) em troca de seus objetivos.

Nas falas a seguir vemos a personagem principal praticando uma atividade comum das mulheres da época (passadeira de roupas17), além de demonstrar a sua dedicação ao marido, numa visão romântica:

Olalia: (Começando a passar a roupa). Corre na casa de D. Eustáquia mia freguesa e pede o dinheiro do lavado adiantado, alega que é um causo de percisão.18

(...)

Olalia: Que ta fazendo? Preciso planchar [passar] essa rôpa inda hoje, pra entregar amanhã de manhã19.

(...)

Olalia: O causo é que quero muito ao Sirvano20.

Nestas falas a autora implanta na peça as atividades das mulheres da época, que desta maneira colaboravam na renda familiar ou, em alguns casos, sustentavam seus filhos.

Outros aspectos introduzidos na obra é a questão da rinha21 de galo e a inserção de uma curandeira, que é uma figura existente na memória coletiva. Vejamos a seguir algumas falas da obra:


Sirvano: (Ansioso). Será que ele se apruma [pergunta se o galo irá melhorar]?

Sia Noca - Quando estas mãos benzem tudo clareia. 22

(...)

Sirvano: Mais o caso é que a rinha ta amarrada pro domingo.

(...)

Sirvano: A rinha é de parada morta. O que arrepiar o pêlo [desistir ou não comparecer] tem que pagar como se fosse o perdedor23.

Embora o foco da peça seja o caso extraconjugal da esposa e seus dois amantes, o que seria considerado um crime contra os bons costumes numa comunidade tradicional e religiosa, vemos também a presença da cultura cristã da sociedade de Bagé naquela época, demonstrada através do apadrinhamento24.

A mulher casada deveria agradar somente o marido, e assuntos relacionados a sexo eram tabus naquela época, por conta dos valores cristãos.

Claudia Dutra afirma que a idéia cristã de matrimônio é a de casamento monogâmico, no qual a mulher deveria seguir o exemplo de Maria, que é a representação simbólica do modelo feminino perfeito25.

No final da obra Edy Lima surpreende o leitor ao encerrar a farsa revelando outra mentira. Neste momento a autora muda o alvo sem trocar o foco da crítica, isto porque durante a peça se constrói a idéia de que o esposo traído (Sirvano) é um homem ingênuo, apaixonado, dedicado e honrado, mas ao revelar que este possuía um affair de muito tempo com a curandeira (Sra. Noca) a autora levanta sua segunda crítica social, e nos remete a imagem de uma sociedade mantida por aparências.


Sia Noca: E as mias relação não vale nada?

Sirvano: Como que disse?

Sia Noca: Muda pro Passo do prince e tu vai ver se dei jeito em ti... quando apareceste gaudério, pedindo pousada no meu rancho...

Sirvano: Nóis dois ôtra vez?

Sra Noca: Tu nunca deixou de gostar de mim...26

Sirvano: Tenho lutado contra essa tentação pra não dar um desgosto pra Olalia...

Sra Noca: Ela tem mais o que fazer do que pensar nisso. De nóis dois, nem Deus no céu desconfia.27


O tradicionalismo construiu a imagem do homem sul-rio-grandense (gaúcho) como sendo uma figura guerreira, honesta e seguidor dos bons princípios, mas ao ser representado como um homem de duas caras que também traiu a sua esposa, a autora critica a imagem transmitida culturalmente pelo movimento tradicionalista. Fica claro que o que ocorre é uma recriminação desta cultura sul-rio-grandense, que por ter sido construída deixou cair no esquecimento aspectos que fazem parte da realidade.

É diante da descrição do cotidiano que nos deparamos com as características de uma época. Além disso, o teatro estabelece o contato do autor com o seu público, e esta farsa foi bem aceita pelo público brasileiro, com exceção dos tradicionalistas como afirma Moacir Flores “a farsa não agradou aos tradicionalistas, que viram apenas uma caricatura dos costumes gauchescos, ofensiva aos sul-rio-grandenses”. 28

Ao longo da história a figura da mulher possuiu diversos significados, que vão desde a designação da origem do mal até a sua atualização, no século XIX, passando a ser a responsável pela educação das crianças, Michelle Perrot faz a seguinte afirmação:


Segundo um viajante inglês dos anos 1830, “embora juridicamente as mulheres ocupem uma posição em muito inferior aos homens, elas constituem na pratica o sexo superior. Elas são o poder que se oculta por detrás do trono e, tanto na família como nas relações de negócios, gozam incontestavelmente de uma consideração maior do que as inglesas”. (...) As heroínas domésticas, pelos seus sofrimentos, sacrifícios e virtudes restabelecem a harmonia do lar e a paz da família. Elas têm o poder – e o dever – de agir bem29.


Dutra remete às palavras de Luiz Fernando Veríssimo que descrevem o padrão feminino para o tradicionalismo sul-rio-grandense:


Nossa história toda foi guerreira, campeira e patriarcal. Em sociedades assim o homem faz da mulher menos do que um acessor, um acessório. A mulher é subalterna e aí que não goste. Nada mais educativo do que nossas danças tradicionais, em que os homens sapateiam, batem as esporas, cruzam os facões e brilham enquanto as prendas rodam a saia30.

Na medida em que o palco como um todo pode reproduzir a memória e/ou a visão de quem o escreveu, acredita-se que a História pode utilizar-se do teatro para preencher algumas lacunas do cotidiano de uma época. Portanto, conclui-se que a critica feita por Edy Lima trata de aspectos coerentes da realidade sul-rio-grandense. O tradicionalismo partiu do padrão feminino positivista e do molde da mulher cristã na construção do significado da prenda (mulher gaúcha), já que nenhum modelo adequado foi encontrado no passado.

Fato é que o gaúcho como figura guerreira e livre não poderia consolidar a imagem de uma mulher independente como padrão feminino. Portanto, o modelo ideal para as sul-rio-grandenses seria a dona-de-casa, aquela que cuida dos filhos e dedica-se ao lar, a esperar de forma submissa o seu marido. A mulher autônoma, ou aquela que seguisse o homem guerreiro, e determinasse o seu destino fora da vida doméstica não seria a mulher exemplar, mas sim a chinóca (ou china) do passado. Porém, ressalto que a prenda foi uma imagem totalmente construída, e ganhou os atributos daqueles que viviam numa sociedade patriarcal do século XX.

Edy Lima constrói a sua crítica em cima da traição por parte da mulher, e questiona o que realmente é uma esposa perfeita, mas não deixa de acrescentar as suas observações em relação ao homem gaúcho. O marido honesto e provedor do lar, também foi apontado, no desfecho da peça, como dissimulado e infiel, um homem ambicioso e que carregava os seus vícios, neste caso a briga de galos.

Além disto, se a intenção era criticar as traições entre os casais não era necessário escolher uma cidade do interior, onde o tradicionalismo patriarcal é mais intenso, e do Rio Grande do Sul, que possuía um forte movimento tradicionalista na época como até hoje, como pano de fundo para uma peça teatral.

Em sua peça Edy Lima menciona diversas características da cultura sul-rio-grandense (o curandeirismo, as lavadeiras, o chimarrão, a cachaça de Santo Antonio da Patrulha, etc.), e tal sociedade fez parte da vida da autora que, por tomar caminhos culturais diferentes daqueles de seu tempo e espaço sulista, rompeu com as suas tendências, e apresentou traços de uma mentalidade avançada para os padrões de seu tempo. Não se pode esquecer que, além de teatróloga, Edy Lima iniciou profissionalmente como jornalista, sendo assim, desde o início a autora lidou com a realidade.

Uma peça que retrata os hábitos cotidianos com descrições detalhadas e diversas vezes negativas, não poderia mesmo agradar àqueles que a construíram sem estes pequeninos detalhes. Embora tenha sido, em geral, bem aceita pelo público brasileiro. A farsa faz parte das peças teatrais e também de nosso cotidiano, além disto, a formação de uma cultura e a criação de uma memória coletiva que elevam somente os pontos positivos não é privilégio apenas dos tradicionalistas sul-rio-grandenses, e a história cultural há muito tempo já está nos mostrando isto.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BURKE, Peter. O que é história cultural? Rio de Janeiro : Zahar, c2004

CHARTIER, Roger. A História Cultural. Entre práticas e representações. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1990.

DUTRA, Claudia Pereira. A Prenda no Imaginário Tradicionalista. Porto Alegre, Dissertação de Mestrado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2002.

FLORES, Hilda A. Hübner (Org.). Regionalismo Sul-Rio-Grandense. Porto Alegre: Circuito de Pesquisas Laboratoriais/Nova Dimensão, 1996.

___________. Sociedade: preconceitos e conquistas. Porto Alegre: Nova Dimensão, 1989.

FLORES, Moacyr. O Negro na Dramaturgia Brasileira. 1838-1888. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1995.

GOFF, Jacques Le. História e Memória. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 1994.

___________ História: Novos Objetos. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1976.

JUNG, Carl G. O Homem e seus Símbolos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002.

PERROT, Micehelle. Os excluídos na história: operários, mulheres e prisioneiros. Tradução Denise Bottmann. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1998.


SITES:

MOURA, Maria Izabel T. de. História do RS: A Mulher. Disponível em: www.mtg.org.br/mulher.html.

www.nonio.uminho.pt

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NOTAS:

2 GOFF, Jacques Le, citado por FLORES, Moacir. O Negro na Dramaturgia Brasileira. 1838-1888. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1995. p. 9.

3 CHARTIER, Roger. A História Cultural. Entre práticas e representações. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1990. Chartier define representações como um instrumento do conhecimento mediato que faz ver um objeto ausente através da sua substituição por uma “imagem” capaz de reconstituí-lo em memória e de figurá-lo tal como ele é. Estes objetos podem ser signos e/ou símbolos que Moacyr Flores define em sua obra O Negro na Dramaturgia Brasileira, respectivamente, como sendo representaçõesde categorias e valores através de gestos ou atitudes de acordo com a situação, (...) e representações de uma idéia através de uma analogia”. p.8. E para acrescentar ao significado de símbolo utilizo as palavras de Carl G. Jung que o explica como sendo “um termo, um nome ou mesmo uma imagem que nos pode ser familiar na vida diária, embora possua conotações especiais além do seu significado evidente e convencional”. JUNG, Carl G. O Homem e seus Símbolos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002. p. 20.

4 DUTRA, Claudia Pereira. A prenda no imaginário tradicionalista. Porto Alegre: Dissertação de Mestrado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2002.

5 BECKER, Gisele. Uma História Polifônica: mulheres e laços de família em Porto Alegre (1858-1908). Porto Alegre: Dissertação de Mestrado pela PUCRS, 2001. p. 62. A prenda no imaginário tradicionalista.

6 Rossini T. de Lima afirma que “o folclore é uma ciência do homem, que analisa o homem cultural, nas suas expressões de cultura espontânea, do sentir, do pensar, agir e reagir, e também no contexto da sociedade em que vive, portanto, como homem social”. LIMA, Rossini Tavares de. Abecê do folclore. São Paulo: Martins Fontes, 2003. p.13.

7 Chimarrão é uma bebida amarga feita com mate cevado.

8 Em uma das falas o personagem Sirvano (esposo) diz o seguinte: “Vamos empinar uma azulzinha especial de Santo Antônio da Patrulha, que guardei prá ocasião”. Personagem Zeca responde afirmando: “Venha a canha, que a data carece”. LIMA, Edy Maria Dutra da Costa. A farsa da esposa perfeita. Porto Alegre: Garatuja/Instituto Estadual do Livro, 1976. p.29.

9 Jacques Le Goff na página 72 de sua obra História: Novos Objetos define tradição como sendo “as maneiras pelas quais se reproduzem mentalmente as sociedades, as defasagens, produto do retardamento dos espíritos em se adaptarem as mudanças e da inegável rapidez com que evoluem os diferentes setores da história”.

10 LESSA, Luiz Carlos Barbosa citado por DUTRA, Claudia Pereira. A prenda no imaginário tradicionalista. Porto Alegre: Dissertação de Mestrado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2002. p. 12.

11 GEERTZ, Clifford apud BURKE, Peter. O que é História cultural. Rio de Janeiro: Zahar, c2004. p. 52.

12 NORA, Pierre apud GOFF, Jacques Le. História e Memória. Campinas; SP: Editora da UNICAMP, 1994. p. 4372

13 FLORES, Hilda Agnes Hübner. Sociedade: preconceitos e conquistas. Porto Alegre: Nova Dimensão, 1989. p. 31.

14 No dicionário prenda é uma palavra que designa objeto de valor, que pode ser dado de presente ou brinde para alguém.

15 DUTRA, Claudia Pereira. A prenda no imaginário tradicionalista. Porto Alegre: Dissertação de Mestrado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2002. p. 116.

16 Curandeira é o mesmo que benzedor.

17 Passadeiras eram as mulheres que passavam roupas para fins financeiros.

18 LIMA, Edy. A farsa da esposa perfeita. Porto Alegre: Editora Garatuja, 1976. p. 14.

19 Ibidem p. 16.

20 Ibidem. p. 15.

21 Rinha é uma luta entre galos, aonde alguns dos freqüentadores, que vão para assistir a briga, apostam no galo que acreditam que sairá vencedor.

22 LIMA, Edy. A farsa da esposa perfeita. Porto Alegre: Editora Garatuja, 1976. p. 11.

23 Ibidem. p. 12.

24 A relação de apadrinhamento nasce quando o padrinho serve como testemunha de batismo ou casamento, neste caso vê a firmação do apadrinhamento no batismo religioso cristão. O padrinho tem a função de proteger o seu afilhado, basicamente, em momentos de necessidade.

25 DUTRA, Claudia Pereira. A prenda no imaginário tradicionalista. Porto Alegre: Dissertação de Mestrado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2002. p. 62.

26 LIMA, Edy. Ibidem p.63.

27 LIMA, Edy. Ibidem p.64.

28 FLORES, Hilda A. Hübner (Org.). Regionalismo Sul-Rio-Grandense. Porto Alegre: Nova Dimensão, 1996. p. 108.

29 PERROT, Micehelle. Os excluídos na história: operários, mulheres e prisioneiros. Tradução Denise Bottmann. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1998. p. 168.

30 DUTRA, Claudia Pereira. Ibidem p.66.



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