quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Truth Be Told!

Foto de Marie Von Ebner Eschenbach

Marie Von Ebner Eschenbach (1830-1916) é austríaca e é considerada uma das mais importantes escritoras da língua alemã. Nasceu num castelo na Morávia (República Tcheca) e faleceu em Viena.

Ao ler um de seus pensamentos gostei tanto que resolvi postá-lo e deixá-lo registrado aqui neste espaço. Ele trata sobre a verdade e as pessoas:

A virtude também é uma arte. Eis porque ela tem duas espécies de discípulos: os que praticam e os que a admiram.”



E a verdade, o que será?

Para mim uma virtude que deve ser sempre mantida.


quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Egípcios Contra a Ditadura

Nos últimos 11 dias o mundo está acompanhando as manifestações contra a ditadura de Hosni Mubarak no Cairo, capital egípcia. Este homem se mantém no poder a 30 anos. A população demonstra fervorosamente o seu cansaço diante deste monopólio violento do poder que caracteriza qualquer ditadura. E apesar da garantia dada pelo presidente Hosni Mubarak de que ele não irá tentar a reeleição, da liberação do serviço de telefonia e internet, que estavam cortados até 3 dias atrás, a população não se cala.

Nos últimos 11 dias o mundo está acompanhando as manifestações contra a ditadura de Hosni Mubarak no Cairo, capital egípcia. Este homem se mantém no poder a 30 anos. A população demonstra fervorosamente o seu cansaço diante deste monopólio violento do poder que caracteriza qualquer ditadura. E apesar da garantia dada pelo presidente Hosni Mubarak de que ele não irá tentar a reeleição, da liberação do serviço de telefonia e internet, que estavam cortados até 3 dias atrás, a população não se cala.

Foto das manifestações no Cairo.

Se por um lado milhares de pessoas estão acampadas em praças públicas, por outro temos o revanchismo covarde dos favoráveis a Mubarak. Muitos cargos públicos garantiram essa parcela apoiadora ao presidente. Relatos de jornalistas se espalham pelos jornais e redes mundiais contando sobre a situação no país. Conforme notícia do site Terra, o hotel Ramsés Hilton foi cercado por um grupo pró-Mubarak que estavam em busca de correspondentes estrangeiros. Alguns tiveram câmeras fotográficas furtadas, já que foi sem a autorização do dono e não estavam em “missão” oficial do governo:

“Dois jornalistas espanhóis que estão no hotel relataram esta situação à agência EFE, e a rede de televisão Al Jazeera anunciou que grupos de pistoleiros entraram no edifício, o que não foi confirmado pela direção do estabelecimento.”Fonte: http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4927939-EI17594,00-Grupo+proMubarak+cerca+hotel+de+jornalistas+estrangeiros.html

Captado em 03/02/2011.

Outra informação noticiada pelo programa de TV Jornal da Globo foi que manifestantes estavam sofrendo ataques noturnos enquanto dormiam numa das praças da capital. Apesar dos pedidos da comunidade internacional e, principalmente, da potência norte-americana (EUA) ao governo do Egito de promover a transição o mais rápido possível para cessarem as manifestações. Tal atitude é entendida como ineficaz para findar os manifestos e poderia gerar um descontrole ainda maior. Convenhamos, o que deve ser feito? Manter o Sr. Hosni Mubarak no poder?


Presidente do Egito Hosni Mubarak

Além de estar impulsionando ondas de manifestações em outras lugares onde a ditadura impera, como por exemplo, Iêmen e Tunísia, o que se sabe é que uma crise desse porte sempre abala a economia mundial. Resta esperar para ver como tudo isso afetará a economia brasileira.

O Brasil também já teve os seus anos de autoritarismo. A ditadura brasileira funcionou de 1964 a 1985 e foi implantada através do que ficou conhecido como o “Golpe Militar” de abril de 1964. Após a deposição do Presidente João Goulart cinco generais presidentes estiveram no poder: Castelo Branco(1964-1967), Costa e Silva (1967-1969), Médici (1969-1974), Geisel (1974-1979) e Figueiredo (1979-1985). O governo de Castelo Branco recebeu um grande apoio dos EUA e como era esperado declarou-se inimigo dos comunistas.

O ponto chave deste início de governo militar foi a seqüência de Atos Institucionais, o primeiro (AI-1 de 9 de abril de 1964) reservava ao Executivo alguns poderes chaves para determinar a política autoritária do país, como por exemplo, o direito de cassar mandatos parlamentares ou suspender os direitos políticos de qualquer cidadão, além do privilégio de modificação da Constituição e decretação de estado de sítio caso esta não fosse aprovada.

O AI-2 destinava ao presidente amplos poderes políticos, neste momento observa-se a extinção dos partidos políticos existentes e a substituição destes por apenas dois: Arena (partido do governo) e MDB (oposição). A criação da Lei de Segurança Nacional surgiu como uma faca apunhalando o peito da democracia, já que tal lei enquadrava como inimigos da pátria aqueles que fossem contrários à ditadura.

O AI-3 estabeleceu o fim das eleições diretas para governadores e prefeitos das capitais, a partir desta ocasião estes cargos políticos eram ocupados por pessoas indicadas pelo presidente.

Com o decreto do AI-4 o governo ganhou poderes para elaborar uma nova Constituição. O resultado foi a Constituição de 1967 que fortalecia o poder do presidente e enfraquecia o Legislativo e o Judiciário.



O último dos Atos Institucionais foi o de n° 5, através deste ato o então presidente Costa e Silva tinha plenos poderes para perseguir e prender aqueles que se opusesse ao governo. Por meio do AI-5 o Congresso Nacional foi fechado e diversas pessoas foram presas. Em relação ao AI-5 Hélio Contreiras relata:

(...) o Ato Institucional número 5 (AI-5), que ampliou as restrições às liberdades fundamentais e aos direitos dos cidadãos, com a extinção do “hábeas corpus”, instrumento de defesa do cidadão contra o abuso do poder, e suspendeu as garantias dos juízes. O ato arbitrário provocou o fechamento do Congresso Nacional e surgiu em um momento em que a sociedade brasileira, inclusive militares da alta hierarquia, já defendia o retorno ao regime democrático. [1]

A ditadura quebrou com o diálogo social, cassou os direitos dos cidadãos, perseguiu, torturou e assassinou muitos brasileiros que se opuseram contra o regime. Porém, parece que todas as atrocidades e crimes contra os direitos humanos ocorridos durante este período foram esquecidos pela sociedade.

Mas voltando a situação do Egito, decidi escrever sobre este assunto depois que vi em uma reportagem da Rede Record News (dia 02/02/2011) um homem que fazia uma critica bem humorada que alertava sobre a condição de seu país. Ele fez uma comparação com a sucessão de presidentes dos EUA e Egito. Este alerta inteligente dá uma ótima noção de tempo para todos nós. Segue abaixo a reprodução desta ideia e também acrescento a linha presidencial brasileira.

João Figueiredo – 1979-1985 (último presidente da Ditadura brasileira)

José Sarney – 1985-1990

Fernando Collor – 1990-1992

Itamar Franco – 1992-1994

Fernando Henrique Cardoso – 1995-1998;1999-2002

Luiz Inácio Lula da Silva – 2003-2006; 2007-2010

Dilma Roussef - 2011

Jimmy Carter - 1977-1981

Ronald Wilson Reagan – 1981-1989

George Herbert Walker Bush - 1989-1993

William Clinton (Bill Clinton) - 1993-2001

George Walker Bush – 2001-2009

Barack Hussein Obama II – 2009

Bem fácil!!!

Hosni Mubarak - 1981 até agora!

NÃO A QUALQUER DITADURA!




[1] CONTREIRAS, Hélio. AI-5. A Opressão no Brasil. Prefácio de Dalmo de Abreu Dallari. Editora Record. Rio de Janeiro - São Paulo, 2005. p.: 18.