O alemão Marx estudou Direito e se formou
como Doutor em Filosofia.
Um dos seus professores durante a
faculdade foi Hegel, o qual exerceu grande influência sobre Marx.
Trabalhou como jornalista onde conheceu a
figura do teórico Friedrich Engels, este que foi co-autor de vários trabalhos
do Marx, incluindo o conhecido Manifesto
Comunista.
Marx se mudou para Paris na década de
1840, onde posteriormente casou-se e teve sete filhos. Foi nessa época que teve
contato com grupos de ideais socialistas, que somado com a crise social e econômica
deste período na Europa, o seu envolvimento com a política era cada vez mais evidente.
Os temas debatidos e as teses que foram
criadas por este filósofo, são de grande valor para diversas áreas das Ciências
Humanas. O método dialético, luta dos contrários, propriedade dos meios de
produção e o trabalho, são algumas temáticas analisadas por Marx e, por sua
vez, serão apontadas, de forma breve, na sequência.
MÉTODO
DIALÉTICO
A Dialética considera que as coisas, os
acontecimentos e os pensamentos como algo que possuem uma relação mútua.
Conforme Reinaldo Dias, em seu livro Fundamentos
da Sociologia Geral, “no método dialético ‘o movimento do pensamento não é
senão o reflexo do movimento real (...)’”. p.43.
O pensamento humano é determinado pelo
mundo real e não o contrário, sendo este o reflexo dos movimentos reais. Válido
apontar que esta noção o diferenciava de Hegel.
O método dialético possuí quatro características
importantes, são elas:
- tudo se relaciona (lei da transformação
universal e do desenvolvimento incessante);
- a mudança qualitativa;
- a luta dos contrários.
A primeira característica defende que
todos os fenômenos devem ser considerados como um todo, isto significa que a análise
dos acontecimentos não pode ser separada dos fenômenos que os cercam. Logo,
tudo está relacionado, formando uma complexa teia de associações onde tudo se
transforma, justamente por conta das ligações e influências entre os
acontecimentos.
Nesse momento surgem o entendimento sobre
as mudanças qualitativas (troca de uma qualidade por outra, snedo algo objetivo
e previsível) e quantitativas (aumento ou diminuição de quantidade).
As mudanças qualitativas são aquelas
aparentes e radicais do desenvolvimento da sociedade. São aceitas como sendo
algo necessário e resultado de graduais mudanças quantitativas.
A luta dos contrários diz respeito as
contradições internas dos fenômenos, tanto o lado positivo quanto o negativo. É
a luta dos contrários que resultarão mudanças, sendo que todo esse processo é
explicado pela contradição.
A sociedade humana é o resultado entre a
natureza (preservação) e os nossos ancestrais, sendo que os marxistas entendem
que o conteúdo dessa luta é o trabalho.
Através do trabalho nossos ancestrais se
agruparam na luta pela sobrevivência, o que deu origem as sociedades e suas
formas de organização.
Foi o trabalho que realizou a
passagem qualitativa do animal para o homem. A. Guilherme Galliano. Introdução à Sociologia. Harbra, 1981.
p. 97.
Desta formação social surgiram contradições:
- Novas forças produtivas X Relações de
produção antigas
- Luta de classes:
Classes exploradoras X Classes exploradas
- Capitalismo:
Burguesia capitalista (donos dos meios de
produção) X Proletariado
No capitalismo o contraditório foi a
concorrência, já que através desta foram definidos quem eram os mais fortes e,
consequentemente, detentores do monopólio. Em seu livro O Capital, Marx avalia quais são as contradições do capitalismo.
Somente a unidade dialética é que pode
explicar o desenvolvimento da sociedade, sendo que a unidade dialética é o
trabalho e a produção.
A relação do Homem com a natureza é
chamada de forças produtivas. Já a relação
entre os homens dentro deste processo de produção, recebeu o nome de relações de produção. Entende-se a
produção como sendo uma necessidade objetiva para o ser humano.
O que determinou o modo das relações de
produção foi a prorpiedade dos meios de produção (ferramentas, máquinas, espaço
físico e tudo que envolve as condições necessárias para produzir). Por este
motivo, quando os marxistas querem definir o caráter dessas relações, tratam
sobre a questão de quem possuí estes meios de produção. Marx entendia que era a
produção a base para toda a estrutura
social.
A produção na sociedade capitalista só é
estabelecida porque capitalistas e trabalhadores (proletariado) firmam uma
relação. O empregador paga um salário ao trabalhador em troca do resultado de
seu trabalho. Nesse âmbito, não podemos deixar de falar sobre o sentido da mais valia, que nada mais é que o
excedente da produção que proporciona o lucro ao capitalista e exploração do
trabalho do proletário.
Para entender melhor esse conceito,
devemos imaginar a seguinte situação: o empregador paga ao seu funcionário um
valor x, para que este fabrique 50 caçados em 2 horas. Porém, este empregado
produz em média 75 calçados nesse tempo, esses 25 calçados extras constituem o excedente
da produção – lucro para o empregador. O operário deveria ganhar pelo que produziu
a mais, caso isso não ocorra nasce uma relação de exploração.
Esses conceitos iniciais que foram
sintetizados nesse post nos preparam
para a compreensão das propostas comunistas, que não incluiam “comer
criancinhas”, como a tempos se pensou!
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