quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Karl Marx (1818 – 1883)




O alemão Marx estudou Direito e se formou como Doutor em Filosofia.
Um dos seus professores durante a faculdade foi Hegel, o qual exerceu grande influência sobre Marx.

Trabalhou como jornalista onde conheceu a figura do teórico Friedrich Engels, este que foi co-autor de vários trabalhos do Marx, incluindo o conhecido Manifesto Comunista.

Marx se mudou para Paris na década de 1840, onde posteriormente casou-se e teve sete filhos. Foi nessa época que teve contato com grupos de ideais socialistas, que somado com a crise social e econômica deste período na Europa, o seu envolvimento com a política era cada vez mais evidente.
Os temas debatidos e as teses que foram criadas por este filósofo, são de grande valor para diversas áreas das Ciências Humanas. O método dialético, luta dos contrários, propriedade dos meios de produção e o trabalho, são algumas temáticas analisadas por Marx e, por sua vez, serão apontadas, de forma breve, na sequência.


MÉTODO DIALÉTICO
A Dialética considera que as coisas, os acontecimentos e os pensamentos como algo que possuem uma relação mútua. Conforme Reinaldo Dias, em seu livro Fundamentos da Sociologia Geral, “no método dialético ‘o movimento do pensamento não é senão o reflexo do movimento real (...)’”. p.43.
O pensamento humano é determinado pelo mundo real e não o contrário, sendo este o reflexo dos movimentos reais. Válido apontar que esta noção o diferenciava de Hegel.
O método dialético possuí quatro características importantes, são elas:
- tudo se relaciona (lei da transformação universal e do desenvolvimento incessante);
- a mudança qualitativa;
- a luta dos contrários.

A primeira característica defende que todos os fenômenos devem ser considerados como um todo, isto significa que a análise dos acontecimentos não pode ser separada dos fenômenos que os cercam. Logo, tudo está relacionado, formando uma complexa teia de associações onde tudo se transforma, justamente por conta das ligações e influências entre os acontecimentos.
Nesse momento surgem o entendimento sobre as mudanças qualitativas (troca de uma qualidade por outra, snedo algo objetivo e previsível) e quantitativas (aumento ou diminuição de quantidade).
As mudanças qualitativas são aquelas aparentes e radicais do desenvolvimento da sociedade. São aceitas como sendo algo necessário e resultado de graduais mudanças quantitativas.
A luta dos contrários diz respeito as contradições internas dos fenômenos, tanto o lado positivo quanto o negativo. É a luta dos contrários que resultarão  mudanças, sendo que todo esse processo é explicado pela contradição.
A sociedade humana é o resultado entre a natureza (preservação) e os nossos ancestrais, sendo que os marxistas entendem que o conteúdo dessa luta é o trabalho.
Através do trabalho nossos ancestrais se agruparam na luta pela sobrevivência, o que deu origem as sociedades e suas formas de organização.

Foi o trabalho que realizou a passagem qualitativa do animal para o homem. A. Guilherme Galliano. Introdução à Sociologia. Harbra, 1981. p. 97.

Desta formação social surgiram contradições:
- Novas forças produtivas X Relações de produção antigas
- Luta de classes:
Classes exploradoras X Classes exploradas
- Capitalismo:
Burguesia capitalista (donos dos meios de produção) X Proletariado
No capitalismo o contraditório foi a concorrência, já que através desta foram definidos quem eram os mais fortes e, consequentemente, detentores do monopólio. Em seu livro O Capital, Marx avalia quais são as contradições do capitalismo.

Somente a unidade dialética é que pode explicar o desenvolvimento da sociedade, sendo que a unidade dialética é o trabalho e a produção.
A relação do Homem com a natureza é chamada de forças produtivas. Já a relação entre os homens dentro deste processo de produção, recebeu o nome de relações de produção. Entende-se a produção como sendo uma necessidade objetiva para o ser humano.
O que determinou o modo das relações de produção foi a prorpiedade dos meios de produção (ferramentas, máquinas, espaço físico e tudo que envolve as condições necessárias para produzir). Por este motivo, quando os marxistas querem definir o caráter dessas relações, tratam sobre a questão de quem possuí estes meios de produção. Marx entendia que era a produção a base para  toda a estrutura social.
A produção na sociedade capitalista só é estabelecida porque capitalistas e trabalhadores (proletariado) firmam uma relação. O empregador paga um salário ao trabalhador em troca do resultado de seu trabalho. Nesse âmbito, não podemos deixar de falar sobre o sentido da mais valia, que nada mais é que o excedente da produção que proporciona o lucro ao capitalista e exploração do trabalho do proletário.
Para entender melhor esse conceito, devemos imaginar a seguinte situação: o empregador paga ao seu funcionário um valor x, para que este fabrique 50 caçados em 2 horas. Porém, este empregado produz em média 75 calçados nesse tempo, esses 25 calçados extras constituem o excedente da produção – lucro para o empregador. O operário deveria ganhar pelo que produziu a mais, caso isso não ocorra nasce uma relação de exploração.
Esses conceitos iniciais que foram sintetizados nesse post nos preparam para a compreensão das propostas comunistas, que não incluiam “comer criancinhas”, como a tempos se pensou!






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